30 de janeiro de 2009

Publicidade e web no dilema "economia x ambiente"

Mais um blog falando na tal crise econômica mundial. Eu também não aguento mais ler sobre isso, mas acontece que realmente faz parte do nosso dia-a-dia pela forma como ela mudou as nossas relações em praticamente todos os meios.

Diariamente lemos, vemos e ouvimos notícias sobre demissões, falências, join ventures, recessões, quedas nas vendas, e etc, e às vezes, no meio desse mar de catástrofes, até surgem algumas notícias que nos trazem um pouco de esperança ou que nos motivam a mantermos os pés no chão, nos preparar para tempos difíceis e reerguer-nos quando vier a calmaria. Esses temas são atualizados diariamente.

Recentemente, tive contato pela primeira vez, com uma revista semanal pouco divulgada, a Revista do Instituto Humanistas da Unisinos (www.unisinos.br/ihu). Nela, encontrei um ponto de vista diferente, uma relação entre a crise econômica e a crise ambiental.

Uma questão que me incomoda muito é, se a crise ambiental é um fator muito mais importante do que a econômica, visto que com a forma que desprezamos o nosso meio ambiente põe em risco a existência humana na Terra (sim, vários ambientalistas têm divulgado isso), por que ela é tão menos polemizada e discutida do que a crise econômica? Por que as empresas e o mundo estão tão preocupados com a sua grana, se a sua vida e sua saúde também correm sérios riscos mas esse tema ainda não entra em pauta?

Pois é, dizia eu que na revista do IHU havia uma matéria sobre os efeitos que a crise ambiental causará na economia.Trate-se de uma entrevista com Washington Novaes (premiado jornalista e ambientalista) que afirma que “Precisamos reduzir as emissões de gases em 80%. Se não conseguirmos evitar isso, sofreremos a maior recessão econômica da história do mundo e perderemos até 20% do produto bruto mundial. Para que isso não aconteça, será preciso investir de 2 a 3% do produto mundial, por ano, em novas tecnologias e caminhos para evitar essas emissões“.

Achei a relação inédita e interessantíssima porque, ao meu ver, as pessoas só dão valor quando o problema toca no seu bolso. Aliás, apresar de apoiar a afirmação de Washinton Novaes, acho que o mundo não daria ouvidos, aliás, daria risada ao ouvir que “será preciso investir de 2 a 3% do produto mundial”, essa é a minha aposta. Esse é o dilema que vivemos atualmente e a minha indignação a respeito.

Por outro lado, como um profissional de web e publicidade, tenho acompanhado os rumos que o mercado está tomando para enfrentar a crise, e tenho ouvido falar MUITO de investimento publicitários mais garantidos, com métricas eficientes sobre o retorno do investimento. Automaticamente, falando em métricas, nos viramos exatamente para a web. A web contempla um mix de mídias e, seu maior diferencial, é a interatividade. Essa pode ser considerada uma das “contribuições” da crise econômica, ou seja, a web já estava disonível e evoluída há tempos, mas só o aperto no bolso dos anunciantes fez com que “inovassem”, tranferindo a verba das defasadas mídias massivas tradicionais e dessem valor para a segmentação de público, interatividade e métricas da web.

Agora pode ser que a web desenvolva mais de acordo com o seu potencial. Todas as maiores tendências atuais estã relacionadas com web, como os smartphones, a portabilidade da tecnologia 3G, uso de GPS por dispositivos móveis, etc. Eu até aposto que um dia olharemos para trás e essa crise ainda vai ser um marco para a internet, bem como foi o fenomeno da bolha em 2000.

Pode ser que tenha ficado estranha a forma como abordei dois assuntos diferentes, mas é importante pra mim abordar essa relação porque tem a ver comigo, com o meu trabalho, e com a minha preocupação com as gerações futuras. Nos meus planos de vida ainda pretendo empreender em algum negócio e um dos meus valores que pretendo transferir para a minha empresa e colaboradores é a sustentabilidade. Sobre o investimento de 3% do produto mundial que citei, se cada empresa tivesse consciência das suas atitudes e investisse 2% do faturamento na redução de emissão de poluentes poderíamos viver mais tranquilos, saudáveis e com a consciência limpa.

Não sou expert no assunto, mas estou disposto a discutir e colaborar com quem estiver disposto a passar a diante essa causa que é bom pra todos nós e as próximas gerações, nossos filhos.

Nenhum comentário: